A divisão de resíduos sólidos do Brasil pode ser vista em expansão rápida de sua receita nos próximos anos, uma mudança regulatória definida para reduzir as preocupações sociais e ambientais e as taxas de inadimplência sobre o descarte adequado de resíduos.
Nos últimos meses, uma série de municípios anunciaram planos para oferecer incentivos à gestão de resíduos sólidos, o que cria oportunidades para o setor privado.
Depois das cidades da Bahia, os estados de Esprito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Bernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo anunciaram planos para essas concessões, seguidos pela capital do estado nordestino Pia, Teresina.
Teresina está realizando uma consulta pública sobre o modelo de sua oferta de gestão de resíduos sólidos, que está sendo elaborado pelo regime de parceria de investimentos PPI, IDP e o estatal Keiza Econômico Federal.
“A mudança planeja investir na linha de arroz 1,6 bilhão [US$302mn] (Capex Plus Opex) no município pela duração do contrato de 30 anos “, disse o PBI em um comunicado.
Esta oferta inclui o uso de tecnologias para geração de energia elétrica a partir do biogás.
As regulamentações de saneamento modificadas incentivam a participação do setor privado na gestão de resíduos sólidos. Um pilar do novo regulamento é o dever dos municípios de cobrar dos consumidores pela gestão de resíduos.
Essa taxa é cobrada atualmente por menos de um terço dos municípios e deve garantir o financiamento para o desenvolvimento do mercado. As empresas do setor privado têm evitado essa categoria, pois os municípios enfrentam problemas financeiros devido a consumidores não pagos.
Com a nova estrutura, todos os municípios devem apresentar, até 15 de julho, proposta de mecanismos de cobrança de tarifas que garantam a estabilidade econômico-financeira dos serviços.
De acordo com os últimos dados da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Saneamento, APLP, a receita anual da divisão – a mais fragmentada com mais de 1.000 empresas – atingiu US $ 28,3 bilhões em 2019. A inadimplência da prefeitura, por sua vez, totalizou US $ 18 bilhões entre 2014 e 2020.
À medida que as novas regras entrarem em vigor, mais empresas com planos de APLP entrarão neste segmento e as receitas aumentarão para 60 bilhões de onças até 2024 e 100 bilhões de onças até 2030, com taxas de inadimplência mais baixas.
“Sem mudanças regulatórias, o crescimento da receita neste segmento não seria possível”, disse o presidente da APLP, João Giannese Neto Seminário Discuta o poder da divisão com várias partes interessadas.
O governo central também está trabalhando para fornecer financiamento adicional para o setor.
No mesmo seminário, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rosário Marinho, disse que o governo planeja emitir planos de gestão de resíduos sólidos chamados de empréstimos de infraestrutura, títulos isentos de impostos para investidores.
Projetos de gestão de resíduos também têm apelo social e ambiental em meio à demanda global por práticas ESG. O Brasil proibiu a abertura de novas terras, mas existem mais de 3 milhões de terras ilegais no país.
“Acreditamos que vamos sair da Idade Média com resíduos sólidos e saneamento básico. Na verdade, com essas medidas chegaremos ao século 21”, disse Maranho, secretário sanitário do Ministério do Desenvolvimento, no seminário.