Espera-se que a rápida disseminação das conexões de banda larga de fibra nos mercados emergentes impulsione o crescimento nas economias digitais desses países, de acordo com a última atualização do Índice de Economias Digitais FT-Omdia.
Índia, Brasil, Quénia e México estão entre os países destacados pelos analistas da Omdia como tendo registado uma rápida adopção da banda larga de fibra, que é mais rápida e mais fiável do que ligações de banda larga móveis ou legadas feitas de fio de cobre.
A pandemia de Covid, que deixou milhões de pessoas confinadas às suas casas e dependentes da Internet para trabalho e entretenimento, criou um “ponto de viragem” que levou a “uma maior valorização não apenas de qualquer ligação, mas de conectividade de alta qualidade, ” observa o analista sênior da Omdia, Mike Roberts. “Muitos países [said]Bem, teremos que ir em frente e fazer isso”, disse ele, referindo-se ao custo de instalação da tecnologia.
Estes custos podem ser significativos, mas podem ser reduzidos através de uma “regulamentação adequada”. Então, uma vez estabelecida a rede, a banda larga de fibra tende a ser mais barata de operar e manter, incluindo custos de energia muito mais baixos.
Além de ser mais rápida, a fibra também é mais confiável e tem menor latência – uma medida do tempo que os dados levam para viajar para outro local na Internet e depois voltar. A fibra é necessária para aplicações de consumo, como streaming de vídeo 4K, realidade aumentada e virtual e jogos.
Embora as conexões móveis 5G possam oferecer altas velocidades e baixa latência, elas não se comparam às conexões de fibra porque a necessidade de conexões estáveis “para um grande número de células pequenas anula quaisquer vantagens potenciais de custo”, diz Omdia.
Todas estas conclusões emergem da terceira edição do Índice de Economias Digitais publicado pelo Financial Times e pela empresa de investigação tecnológica Omdia, que se baseia em 16 medidas de desempenho em 51 países. As métricas de desempenho incluem disponibilidade de conexões de internet, smartphones e outros dispositivos, gastos com streaming e outros entretenimentos, pagamentos digitais e gastos corporativos.
A análise dos dados deste ano mostra que o ranking das 10 maiores economias digitais do mundo não deverá mudar muito nos próximos quatro anos, com apenas o Brasil ultrapassando o Canadá para ocupar o nono lugar. No entanto, também mostra que cerca de 16 países registarão um crescimento anual composto de mais de 6 por cento entre agora e 2027.
Os países com crescimento mais rápido incluem: Índia, onde se espera que as assinaturas de banda larga de fibra aumentem de 30 milhões para 71 milhões; Vietname, onde se espera que os serviços 5G sejam lançados no próximo ano; e o México, que deverá ultrapassar em tamanho a Itália, a Austrália e Hong Kong.
A investigação da Omdia também revela como as economias digitais estão a evoluir nos mercados emergentes.
Na China, o mercado de streaming de música cresceu rapidamente, à medida que os consumidores são persuadidos a pagar pela música. Enquanto isso, a Disney obteve sucesso no streaming de vídeo na Índia ao se associar à Hotstar – tendo descoberto que o conteúdo local é crucial, de acordo com Omdia.
A China está mais uma vez dominando a chamada “Internet das Coisas”, já que se espera que seja o lar de três quartos das conexões IoT celulares do mundo, quando mais e mais eletrodomésticos, como geladeiras e chaleiras, estiverem conectados ao Internet. Internet.
Mas, para algumas indústrias, a mudança tecnológica levará à disrupção. Por exemplo, os dados da Omdia sugerem que se espera que a indústria da publicidade sofra mais perturbações, com o desaparecimento dos anúncios televisivos tradicionais e o aumento dos anúncios de retalho, que aparecem em websites e aplicações perto do ponto de venda.
No entanto, os dados dos anunciantes tornar-se-ão mais importantes à medida que os governos e os reguladores impuserem regras de privacidade mais rigorosas. Mas o impacto dos factores macroeconómicos na indústria da publicidade está a tornar-se menos claro. Muitas pequenas e médias empresas tornaram-se mais dependentes da publicidade digital, tornando difícil para essas empresas reduzir o marketing durante uma recessão.