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O glifosato está deixando sua marca até mesmo em áreas protegidas do Cerrado brasileiro

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O glifosato está deixando sua marca até mesmo em áreas protegidas do Cerrado brasileiro
  • O estudo constatou que a exposição ao glifosato resultou na morte de líquenes em uma área aparentemente protegida no estado de Goiás, Brasil.
  • Os líquenes, formados por interações entre fungos e algas, são bioindicadores da qualidade do ar.
  • O glifosato, amplamente utilizado nas plantações de soja, milho e cana-de-açúcar, é o herbicida mais vendido no Brasil e no mundo; Cerca de 70% dos agrotóxicos comercializados no país são utilizados nas pastagens do Cerrado.
  • O estudo confirma a propagação do produto das terras agrícolas para as áreas protegidas, sendo a pulverização aérea um factor importante nesta chamada deriva.

Respirar ar puro está se tornando cada vez mais difícil nas pastagens do Cerrado brasileiro, de acordo com um relatório recente estudar Por pesquisadores do estado central de Goyas. Foi encontrada uma ligação entre a exposição ao glifosato, um herbicida comumente usado contra ervas daninhas, e a morte de líquenes.

Os líquenes são organismos formados por fungos e algas que interagem entre si. O fato de morrerem na presença de glifosato “sugere má qualidade do ar”, disse a coautora do estudo Luciana Vittorino, microbiologista do Instituto Federal Goyas. “Nas florestas tropicais, a presença de líquenes indica boas condições atmosféricas. Por outro lado, a sua ausência é sinal de condições atmosféricas insuficientes.

Vittorino e seus colegas concentraram suas pesquisas na Área de Proteção Permanente (APP) do município de Kayaponia, a 335 quilômetros da capital goiana, Goiânia. O PPA está localizado em uma concessão privada de cana-de-açúcar de grande porte.

Pesquisadores coletaram líquenes Barmotrema tinctorum E Usnea barbata As chamadas espécies de “barba velha” dos troncos das árvores no centro do BPA, em teoria, não teriam sido expostas diretamente ao spray de glifosato. Mas suas análises encontraram uma diminuição nas células e um aumento nas células mortas dos líquenes. Ambas as tendências foram proporcionais ao tempo de exposição ao herbicida e à sua concentração.

Vittorino disse que o interesse em realizar este estudo aprofundado surgiu após a detecção de cádmio, um dos metais pesados ​​do glifosato, em líquenes localizados nas bordas de quatro APPs no município de Goiás, Rio Verde. Essa pesquisa, realizada em 2017, incluiu áreas protegidas localizadas em propriedades privadas que cultivam culturas comerciais.

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Em 2018, a descoberta de metais pesados ​​ligados ao glifosato em líquenes no Parque Nacional Emaús levantou preocupações aos investigadores. Como o parque é uma unidade de conservação totalmente protegida, nenhuma atividade comercial é permitida e nenhum resíduo de glifosato deve ser encontrado nessas espécies.

É quando as águas subterrâneas e as correntes de ar transportam pesticidas para além das áreas pulverizadas – os investigadores suspeitam de contaminação devido à deriva. A pulverização aérea, método mais comum em Goyas, é particularmente adequada para a difusão do glifosato.

“Esses estudos anteriores demonstraram a presença de contaminação por líquenes em áreas de conservação. O estudo atual foi muito útil para mostrar como os líquenes foram afetados”, disse Vittorino.

Os pesquisadores optaram por focar no município de Kayabonia por ser uma área relativamente bem preservada. Vitorino disse que queria obter líquenes que nunca tiveram contato com o glifosato para observar de perto sua resposta aos estímulos durante as análises in vitro.

Biomarcadores de contaminação por glifosato em amostras de líquen. Imagem cortesia de dos Santos et al. (2023)

A pesquisa também descobriu que o glifosato compromete o processo de fotossíntese dos líquenes, essencial para a sobrevivência. É assim que convertem a luz solar em energia química, dando-lhes alimento e oxigênio.

Em um teste de iluminação, na foto acima, expor os líquenes a uma determinada luz mostra a saúde das algas que produzem os organismos responsáveis ​​pela fotossíntese. O musgo quase desaparece na última fileira. “Isso mostra que o glifosato compromete a capacidade fotossintética dos líquenes”, disse Vittorino.

A resposta dos líquenes ao glifosato faz com que se destaquem entre outros bioindicadores – espécies que podem funcionar como um alerta precoce de certos tipos de poluição num ecossistema. “Com este estudo, não estamos dizendo que outras espécies não sejam afetadas [by glyphosate]mas os líquenes têm uma resposta rápida, que demora para aparecer em outras espécies”, disse Vittorino. Ele disse que o estudo confirma que a pulverização aérea é um fator decisivo na disseminação do glifosato para áreas protegidas.

O glifosato, mais conhecido pelo nome comercial Roundup, é o herbicida mais vendido no Brasil. Com quase 220.000 toneladas métricas Segundo o órgão ambiental central IBAMA, é comercializado anualmente. O estado de Goyas onde as amostras de líquen foram coletadas foi calculado Vendas anuais de quase 20.000 toneladas métricas, também segundo o IBAMA. O glifosato também é o pesticida mais vendido em todo o mundo.

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Um Siriama com crista (Kariyama cristata) no Parque Nacional Emaús, sudoeste do estado de Goyas. Imagem de Fernando Nancer Wikimedia Commons (CC BY-SA 4.0)

Cerrado: 70% dos agrotóxicos usados ​​no Brasil

Visita, segundo o médico e especialista em saúde pública Wanderlei Pignati Modificação genética Ou que as sementes geneticamente modificadas são decisivas para o aumento do uso de glifosato e outros agrotóxicos no Serrato. “Um tipo de soja resistente ao glifosato – Roundup Ready – foi desenvolvido, o que significa que o glifosato pode ser aplicado diretamente. [to the plant]. Mata as ervas daninhas, mas não a soja”, disse ele. Outras espécies também foram geneticamente modificadas para serem resistentes a muitos tipos de pesticidas.

O Cerrado responde por 73,5% do volume total de agrotóxicos comercializados em todo o Brasil. Esse bioma de alto consumo está se tornando o celeiro do agronegócio brasileiro, pois contém milhares de hectares de monoculturas de commodities. estudar Publicado pela Universidade Federal Rural do Paraná (UFPR).

Líquen do gênero Parmotrema em galho de árvore no Parque Estadual Matas do Secreto, Mato Grosso do Sul. Esses organismos são formados por fungos e algas que interagem entre si e funcionam como bons indicadores da má qualidade do ar. Imagem de Fábio Júnio Santos Fonseca Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0)

A má qualidade do ar não é o único resultado do uso excessivo de pesticidas que é motivo de preocupação. Pesquisas indicam que os ingredientes do glifosato e de outros herbicidas podem causar câncer.

Mata Mato é uma marca de herbicida comercializada no Brasil que contém produtos químicos como glifosato e polioxietileno amina, nitroglifosato e formaldeído. “Embora o glifosato seja cancerígeno, outras substâncias demonstraram ser cancerígenas”, disse Pignati.

Em 2015, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde classificou o glifosato como “provavelmente cancerígeno”. A Relatório técnico Em 2019, a Associação Brasileira de Saúde Pública (ABRASCO) lançou um apelo para proibir produtos à base de glifosato devido ao seu potencial carcinogênico.

O relatório apoia o princípio da precaução – “um critério fundamental nos processos de avaliação de potenciais danos à saúde humana e ao meio ambiente, indicando que a exposição deve ser evitada devido à informação limitada e/ou incerteza quanto aos riscos de exposição a agentes específicos”, a nota diz.

Pignati observou Resolução 441 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define limites de segurança recomendados para essas substâncias. A amina de polioxietileno não deve exceder 20% em produtos à base de glifosato; Nitroglifosato, 0,001 g por kg de glifosato; e formaldeído, 1 g/kg de glifosato. “Esses limites são respeitados na fabricação dos produtos? É importante sabermos”, disse Pignati.

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Uma tábua de salvação de última hora para o glifosato

Na União Europeia, a autorização para fabricar herbicidas à base de glifosato expira em dezembro de 2023. Em 13 de outubro, a Comissão Europeia tentou estendê-la até 2033, mas essa decisão não recebeu os votos necessários dos Estados-membros. para reconhecê-lo. Como resultado, a proposta de renovação ou rejeição foi submetida ao Órgão de Apelação da CE, que não conseguiu sequer uma votação decisiva. Em última análise, a decisão reverteu para a CE, que “agora Continuar a atualização Autorização do glifosato por um período de 10 anos, sujeita a determinadas novas condições e restrições.

Entre os estados membros da UE, a Alemanha – sede da gigante agroquímica Bayer, que comprou a fabricante do Roundup Monsanto em 2018 – Não participou da votação, juntamente com as potências agrícolas França, Itália e Holanda. A Dinamarca, a Espanha e Portugal votaram a favor da renovação, enquanto a Áustria, a Croácia e o Luxemburgo votaram contra.

A divisão entre grupos empresariais, incluindo o Brasil, um dos maiores usuários mundiais de glifosato, por outro lado, destaca a lacuna entre grupos empresariais, incluindo institutos de pesquisa, médicos e ambientalistas, que consideram as evidências do produto. O potencial carcinogênico é suficiente para proibir seu uso. Com a proibição do glifosato, os produtores agrícolas brasileiros que procuram aceder ao mercado da UE terão de encontrar formas de agricultura ambientalmente sustentáveis.

Imagem do banner: Pulverização aérea no município de Santo Inácio, Estado do Paraná. Imagem de Edmarger Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0)

Esta história foi relatada pela equipe brasileira da Mongabay e publicada pela primeira vez Aqui sobre nós Site Brasil Em 30 de outubro de 2023.

Citar:

Santos, AM, Bessa, LA, Augusto, DS, Vasconcelos Filho, SC, Batista, PF, & Vitorino, LC (2023). Biomarcadores de poluição por glifosato em líquenes, Barmotrema tinctorium E Usnea barbata. Revista Brasileira de Biologia, 83. faça:10.1590/1519-6984.273069

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Quando os ingressos dos Eagles estarão à venda? Como comprar ingressos do Eagles Brasil

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Quando os ingressos dos Eagles estarão à venda?  Como comprar ingressos do Eagles Brasil

Agora que o calendário dos Eagles para 2024 está completo, a próxima questão é garantir ingressos para oito jogos no Lincoln Financial Field e pacotes de viagem para oito jogos fora de casa.

Os Eagles também jogarão no Brasil nesta temporada, fazendo sua estreia em São Paulo, Brasil, na sexta-feira, 6 de setembro, contra o Green Bay Packers. Os Eagles são o time da casa neste jogo.

Ingressos Águias:Veja como comprar a seguinte programação da NFL para 2024

Para torcedores interessados ​​em viajar ao Brasil, os Eagles oferecem pacotes de viagens O site de viagens “On Location” da NFL. Os pacotes começam em US$ 1.495 apenas para a experiência do dia do jogo e vão até US$ 6.180 e mais para um pacote que inclui passagem aérea, quatro noites de hotel, transporte e muito mais.

Para obter mais informações, visite onlocationexp.com/nfl.

O quarterback dos Eagles, Jalen Hurts (1), joga a bola para os fãs após marcar um touchdown contra o Bills durante o primeiro quarto no Lincoln Financial Field em 26 de novembro de 2023, na Filadélfia.

Quanto aos outros jogos, os Eagles ainda não anunciaram a data dos ingressos para um único jogo. Mas no ano passado, esses ingressos foram colocados à venda às 10h do dia 13 de junho e esgotaram em poucos minutos.

Agenda completa dos Eagles 2024

  • Semana 1: Sexta-feira, 6 de setembro, vs Packers 8h15 (Brasil), Peacock
  • Semana 2: Segunda-feira, 16 de setembro contra Falcons 20h15, ESPN
  • Semana 3: Domingo, 22 de setembro no Saints, 13h, Fox
  • Semana 4: Domingo, 29 de setembro no Buccaneers, 13h, Fox
  • Semana 5: Estou chegando
  • Semana 6: Domingo, 13 de outubro, contra Browns, 13h, Fox
  • Semana 7: Domingo, 20 de outubro no Giants, 13h, FOX
  • Semana 8: Domingo, 27 de outubro, Bengals às 16h25, CBS
  • Semana 9: Domingo, novembro. 3, contra Jaguares 20h20, NBC
  • Semana 10: Domingo, 10 de novembro, Cowboys às 16h25, CBS
  • Semana 11: Quinta-feira, 14 de novembro, contra Comandantes, 20h15, Amazon Prime
  • Semana 12: Domingo, 24 de novembro no Rams, 20h20, NBC
  • Semana 13: Domingo, 1º de dezembro, Ravens às 16h25, CBS
  • Semana 14: Domingo, 8 de dezembro contra Panthers 13h, Fox
  • Semana 15: Domingo, 15 de dezembro contra Steelers, 16h25, Fox
  • Semana 16: Domingo, 22 de dezembro, Comandantes, 13h, FOX
  • Semana 17: Domingo, 29 de dezembro, vs. Cowboys, 16h25, Fox
  • Semana 18: Domingo, 5 de janeiro, contra Giants (TBD, TBD)
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Um segundo flagelo inunda o Sul do Brasil: desinformação

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Um segundo flagelo inunda o Sul do Brasil: desinformação

Embora as inundações que devastaram o estado brasileiro do Rio Grande do Sul ainda não tenham diminuído, outro flagelo se espalhou pela região: a desinformação nas redes sociais, dificultando esforços desesperados para levar ajuda a centenas de milhares de pessoas necessitadas.

Entre as postagens falsas que geraram indignação: As agências oficiais não estão realizando esforços de resgate no sul do Brasil. A burocracia retém doações de alimentos, água e roupas. Jairo Jorge, prefeito da cidade de Canoas, duramente atingida, disse que um boato persistente afirmava que as autoridades estavam escondendo centenas de corpos.

George e outras autoridades dizem que os actores nos bastidores estão a usar a crise para minar a confiança no governo.

O prefeito de São Leopoldo, Ari Vanassi, disse que muitas pessoas ignoraram os avisos oficiais e, em vez disso, atenderam às postagens nas redes sociais dizendo que os avisos do governo eram “políticos tentando alertar as pessoas”.

“Por causa disso, muitas pessoas não saíram de casa durante esta emergência. Alguns podem ter morrido por causa disso”, disse Vanassi à Associated Press. “Às vezes passamos mais tempo nos defendendo de mentiras do que ajudando nosso povo.”

Pelo menos 149 pessoas morreram e mais de 100 estão desaparecidas nas enchentes nas últimas duas semanas, disseram autoridades estaduais na quarta-feira. Mais de 600 mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.

O Brasil se tornou A Fogo por desinformação Ganhou as eleições de 2018 JairBolsonaro. Durante o seu mandato como presidente, os adversários muitas vezes rejeitaram os ataques digitais. O Supremo Tribunal lançou um dos esforços mais agressivos do mundo para reprimir as campanhas coordenadas de desinformação. Especialmente com uma justiça controversa no comando Supervisionar investigações sobre a disseminação de notícias falsas. Ele ordenou que plataformas de mídia social removessem dezenas de contas.

Os militares foram poupados da difamação online quando o ex-capitão Bolsonaro, um ferrenho oponente de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, era presidente. Mas tornou-se alvo de hostilidade da extrema direita sob Lula, com utilizadores das redes sociais a atacarem chefes do exército por receberem ordens do presidente de esquerda, disse Alexandre Arakovo, editor-chefe da empresa de verificação de factos Aos Fatos.

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Vários vídeos foram postados online mostrando que os soldados não estiveram envolvidos na operação de resgate. Outros usam imagens de um caminhão inundado para zombar da falta de equipamento dos soldados. O general que chefia o comando sul do Exército disse à CNN Brasil que um boato diz que ele é o responsável pelas mortes que não ocorrem dentro de um hospital.

Os militares afirmam ter enviado 31 mil soldados, policiais e outros para resgatar mais de 69 mil pessoas e 10 mil animais e entregar toneladas de ajuda por avião e barco. O governo federal do Brasil anunciou que gastaria quase 51 bilhões de reais (US$ 10 bilhões) na recuperação, fornecendo empréstimos a agricultores e pequenas empresas e suspendendo o serviço anual da dívida de 11 bilhões de reais do estado.

“Estes relatórios são preocupantes porque não reflectem a realidade”, disse o comando num comunicado à AP. “Muitos militares em serviço activo também foram afectados por estas inundações. Muitos soldados perderam as suas casas após as chuvas e estão na linha da frente para ajudar as pessoas.

Estimulado por reclamações de altas patentes militares, o governo brasileiro está apelando aos sites de mídia social para impedir a disseminação de desinformação, disse o procurador-geral Jorge Mesias em uma entrevista.

No final da terça-feira, todos manifestaram vontade de cooperar – exceto X, disse o gabinete de Messias. O dono do site, Elon Musk, Recentemente acusado As decisões do juiz do Supremo Tribunal, que acusou de restringir as contas dos utilizadores, interferiram na liberdade de expressão e de desenho. Elogios a Bolsonaro e seus associados. X não respondeu imediatamente a um e-mail solicitando comentários.

O gabinete de Mesias entrou com uma ação contra um influenciador de mídia social que disse que um empresário – e firme apoiador de Bolsonaro – enviou mais aviões para ajudar nos esforços de resgate do que toda a Força Aérea Brasileira. O governo exige direito de resposta no perfil do Instagram de Pablo Marcel, que tem quase 10 milhões de seguidores e é um crítico ferrenho de Lula.

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A massa de desinformação em tempos de crise é “uma tragédia dentro da tragédia”, disse Messias. “Quando paramos tudo para responder a notícias falsas, desviamos recursos públicos e energia do que realmente importa, que é servir o público”.

Quase um terço dos entrevistados pelo instituto de pesquisas Quest disse ter sido exposto a notícias falsas sobre as enchentes, de acordo com uma pesquisa realizada de 2 a 6 de maio. Foi realizado em 120 cidades do país e teve margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

A desinformação cria um ambiente hostil para os trabalhadores humanitários. Moradores locais acusaram agentes estaduais e municipais de agirem com muita lentidão e ameaçaram expô-los online, segundo os prefeitos de São Leopoldo e Canovas, que gritaram com os bombeiros por não resgatarem pessoas e animais de estimação. Algumas pessoas se passando por voluntários invadiram um armazém da Agência de Defesa Civil do estado na semana passada, filmaram doações de ajuda no interior e postaram o vídeo online como prova de falha na distribuição da ajuda, disse a agência.

Na semana passada, disse Aracão, outras autoridades falsas pararam caminhões com doações. O motivo foi uma reportagem da emissora SBT sobre um caminhão que ficou parado para testes, sobrecarregado, mas depois foi liberado. As publicações nas redes sociais desmentiram essa afirmação e as interrupções da ajuda são um fenómeno generalizado. O caso está comprovado, acrescentou Aragão.

“Quando há uma tragédia com as dimensões do que aconteceu no Rio Grande do Sul, certamente há casos isolados de coisas ridículas”, disse ele por telefone de São Paulo. “As redes sociais vendem esses incidentes reais e isolados como se representassem a norma oficial.”

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Janine Burgas, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, na capital paulista, tem trabalhado sem parar no desastre. Inicialmente, as suas funções incluíam fornecer informações fiáveis, como dizer às pessoas onde encontrar os medicamentos de que necessitavam.

A desinformação é tão grave que o seu trabalho agora inclui rastreá-la e desmascará-la. Isto inclui recomendações para o tratamento pseudopreventivo de doenças bacterianas transmitidas pela água.

“Os mesmos médicos antivacinação que prescreveram cloroquina durante a COVID começaram a promover a vacina contra a leptospirose”, disse Bargas à AP, enquanto o pânico eclodia com os relatos num abrigo gerido por funcionários da universidade. “As pessoas começaram a lutar pela medicina. Altas doses deste medicamento podem ser muito tóxicas para o fígado.

George, o prefeito de Canoas, tornou-se alvo de desinformação horas após o início da enchente. Uma postagem que foi compartilhada milhões de vezes em aplicativos de mensagens mostrou uma briga que supostamente eclodiu em um abrigo em Canoas por causa da exigência de que todas as doações passassem pela prefeitura. A luta realmente ocorreu no estado de Sierra, no lado oposto do vasto país, e George não emitiu tal decreto.

Ele disse que as falsidades “visavam impedir que as pessoas confiassem nos agentes públicos”. “Sempre que há um desastre natural, há uma onda de solidariedade. Mas não desta vez; Há também uma onda de raiva por causa da desinformação.”

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A cobertura climática e ambiental da Associated Press recebe apoio financeiro de diversas fundações privadas. A AP é a única responsável por todo o conteúdo. Encontre o AP padrões Para trabalhar com filantropos, listas de apoiadores e áreas de cobertura financiadas AP.org.

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Compre uma passagem de ônibus brasileira usando tecnologia de viagens israelense

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Compre uma passagem de ônibus brasileira usando tecnologia de viagens israelense

viajanteUma empresa israelense de tecnologia de viagens que digitaliza o transporte terrestre e marítimo adquiriu integralmente uma plataforma brasileira de emissão de passagens de ônibus online. Ténibus.

O mercado de viagens de ônibus no Brasil é um dos maiores do mundo, gerando mais de US$ 2 bilhões em receita anual. Apenas 30% das passagens de ônibus no Brasil são compradas por meio de canais online.

Este potencial inexplorado alimenta a visão da Traveller de conquistar uma participação de mercado dominante na América Latina. Com sede em Ramat Gan, a rede de plataformas digitais da empresa permite aos clientes comprar instantaneamente bilhetes interurbanos para ferries, autocarros e comboios nos mercados locais.

Há dois anos, a Traveler investiu Plataforma10Marca líder de transporte online da Argentina.

“Passamos algum tempo olhando para o mercado brasileiro, avaliando o cenário, os players e o potencial. A DeÔnibus tem ótimas bases, um ajuste cultural para a equipe Travelier e capacidade de escalar. Estou confiante em nossa nova jornada”, disse Noam Doster, cofundador e CEO da Travelier.

Captura de tela de travelier.com

Os irmãos Breno Moraes e Mariana Malveira fundaram a Tenibes em 2012 como “Brasil de Ônibus”. A DeÔnibus possui uma rede de mais de 300 operadoras conectadas a mais de 36 mil rotas, fornecendo 80% de cobertura geográfica no Brasil e atendendo milhões de passageiros anualmente.

“O mercado de viagens de ônibus no Brasil vem passando por mudanças nos últimos anos, influenciado por novos hábitos de compra dos passageiros, digitalização e modernização do setor e mudanças regulatórias. A penetração das vendas pela Internet está crescendo rapidamente ano após ano e deverá ultrapassar 50% das vendas totais nos próximos dois a três anos”, disse Moraes, que continua liderando a empresa.

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O portfólio atual da Traveller inclui cinco marcas B2C e duas marcas de sistemas de gestão de transporte na Ásia, Europa, América Latina e África.

A empresa lançou um hub centralizado em 2023 que oferece uma experiência de reserva perfeita para todos os afiliados e parceiros.

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