BRASÍLIA – O diretor de política monetária do Banco Central do Brasil, Bruno Serra, deixou o cargo a pedido dele, segundo o Diário Oficial desta segunda-feira, 23 de março, enquanto o novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não anunciou um candidato substituto.
Serra está saindo após o término de seu mandato em 28 de fevereiro, informou o banco central em nota.
Ele permaneceu no cargo até a decisão de política monetária da última quarta-feira, na qual os formuladores de políticas desafiaram a pressão do governo para manter as taxas de juros em uma alta de seis anos de 13,75%, sinalizando que não há espaço para flexibilização monetária no curto prazo.
No dia seguinte à saída de Serra, Diogo Guillen, diretor de política econômica, passou a concentrar temporariamente suas operações, prática comum no Banco Central até que sejam feitas substituições. Após a indicação do presidente, os nomes ainda devem ser aprovados pelo Senado.
O mandato do diretor-supervisor Paulo Sosa também terminou no final de fevereiro, mantendo-se no cargo atual.
Fontes disseram na semana passada que Lula concordou em nomear o ex-executivo do banco Rodolfo Fros e o funcionário público de carreira Rodrigo Monteiro para substituir Serra no cargo de Sousa. Ainda assim, o presidente ainda não fez um anúncio oficial, e a nomeação de Froese atraiu críticas de aliados de esquerda do governo.
O governador Roberto Campos Neto permanecerá no cargo até dezembro de 2024, sob uma lei de 2021 que dá autonomia formal ao banco central. Lula, que criticou Campos Neto e o Banco Central por manterem as taxas de juros altas para combater a inflação, acabará por substituir todos os nove membros. O comitê do banco que decide a política monetária.
(Reportagem de Marcela Ayers; Edição de Chisu Nomiyama)