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Católicos e latifundiários se enfrentam no Brasil por direitos territoriais de grupos indígenas
SÃO PAULO – Enquanto os ativistas indígenas no Brasil protestam contra as propostas de lei que mudariam a forma como o governo lhes concede terras, organizações religiosas e membros de várias hierarquias expressaram apoio à sua causa.
A “Tese do Marco Temporário”, defendida por alguns conservadores brasileiros, afirma que apenas os territórios efetivamente ocupados por grupos indígenas quando a atual constituição foi ratificada em 1988 devem ser reconhecidos pelo Estado brasileiro. Tal tese tem surgido nos últimos anos em processos judiciais e projetos de lei.
A partir de 2021, o Supremo Tribunal Federal começou a examinar os autos de uma disputa de terras com uma nação indígena no sul do Brasil, mas o processo foi suspenso depois que um dos juízes pediu para examinar os autos separadamente.
O tribunal retomou sua análise em 7 de junho.
Ao mesmo tempo, a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou um projeto de lei em 30 de maio confirmando a tese principal provisória. A medida foi vista por muitos analistas como uma forma de pressionar o STF e aumentar as incertezas jurídicas em torno do processo. O projeto está em análise no Senado.
Grupos de direitos humanos, incluindo ativistas indígenas e movimentos religiosos, encorajaram protestos na capital do país, Brasília, e em outras regiões desde o final de maio, pressionando o Supremo Tribunal Federal e o Congresso a rejeitar a tese do marco temporário.
Neste momento, a tese foi aprovada por apenas um dos juízes, e dois a rejeitaram. O juiz André Mendonza pediu análise dos autos e interrompeu a análise no mesmo dia em que o STF retomou o processo. Ele tem até 90 dias para concluir sua revisão.
Muitos líderes católicos já se manifestaram contra tal interpretação restritiva da lei.
Por exemplo, o arcebispo de Manas, cardeal Leonardo Steiner, chamou a aprovação da Câmara dos Deputados da tese provisória do marco “antiética e imoral”.
“Eles demonstraram que não se importam com os povos indígenas. Este projeto de lei é totalmente inconstitucional”, disse Steiner. Kuruks.
Ele afirmou que a tese do marco provisório não levava em conta o fato de que em 1988 muitos grupos tribais não estavam mais em seus territórios tradicionais porque haviam sido deslocados por invasores.
“É o caso do Guarani Kaioa no Mato Grosso do Sul. Suas terras foram confiscadas e vendidas, e agora eles vivem em pequenas áreas na cidade de Dorados e nas estradas estaduais”, disse Steiner.
O arcebispo Roque Balochi de Porto Velho, presidente do Conselho Missionário Indígena da Conferência Episcopal (conhecido pela sigla CIMI), disse que muitos grupos indígenas não foram reconhecidos antes de 1988 e, portanto, não podiam reivindicar oficialmente concessões de terras.
“Não seria justo expulsá-los de seus territórios por esse motivo. A demarcação das terras indígenas não deve mudar suas regras agora”, disse Balochi. Kuruks.
Ele lembrou que a constituição de 1988 estipulou que todos os territórios indígenas deveriam ser liberados em cinco anos.
“O governo não cumpriu a constituição e agora muitos grupos estão excluídos de seus territórios. Não deveriam pagar esse preço”, lamentou.
Antônio Eduardo de Oliveira, secretário-geral do Cimi, não acha que o Supremo Tribunal Federal verificará a tese principal provisória, acrescentando que outros juízes seguirão os votos dos desembargadores Edson Fachin e Alexandre de Moraes.
Mas ele teme que algumas exceções sejam introduzidas por de Moraes.
A lei atual permite que pessoas que adquiriram terras indígenas de boa fé recebam indenização do governo brasileiro por benfeitorias, como casas construídas em fazendas. Em sua conclusão, de Moraes incluiu a possibilidade de compensação de terras, onde ocupantes e grupos indígenas poderiam concordar em trocar terras tradicionais por terras em outros lugares.
“Poderia criar divisões entre os povos indígenas. Também poderia abrir a possibilidade de venda de territórios tradicionais, e ambas as coisas são indesejáveis”, disse Oliveira. Kuruks.
Propostas de indenização já circulam entre os grandes proprietários e no Congresso, disse. Os proprietários de terras no Brasil são politicamente poderosos e têm fortes laços com o ex-presidente Jair Bolsonaro, muitas vezes criando dificuldades políticas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.
“Tememos que [Lula’s] O governo federal tem interesse em adiar a decisão final sobre a tese-chave provisória enquanto tenta negociar com a Secretaria do Agronegócio”, anunciou de Oliveira.
É por isso que ativistas tribais e movimentos como o CIMI têm organizado manifestações e pressionado o máximo possível o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
“Faz anos que a tese do marco provisório começou a ser analisada. Uma decisão demora muito e fragiliza os direitos indígenas”, afirmou.
Essa luta não é de pouca importância para a igreja brasileira, disse Balochi. Ele relembrou a visita dos ex-presidentes da Conferência dos Bispos a um acampamento tribal em Brasília, criado em anos anteriores, quando ocorreram grandes manifestações durante as sessões do Supremo Tribunal Federal.
“Esse tema foi discutido com prioridade pelos bispos reunidos no Conselho da Amazônia em 2019”, afirmou.
Steiner disse que vários bispos brasileiros discutiram a tese da chave temporária em conversas privadas com o Papa Francisco e que, embora não tenha abordado o assunto publicamente, o pontífice está preocupado com isso.
“As questões domésticas são importantes para ele. Quando ele me ligou no pior estágio da pandemia de Covid-19, a primeira coisa que ele me perguntou foi: ‘Qual é a situação dos grupos indígenas?’ Ele sempre expressou que deveríamos estar do lado deles”, disse Steiner.
Irmã Laura Pereira Manzo, uma das vice-presidentes da Conferência Eclesiástica da Amazônia, se encontrou com o Papa Francisco no dia 1º de junho com duas indígenas da região. ela disse Kuruks A tese do marco temporário foi um dos tópicos que discutiram.
“Entregamos uma carta ao Papa pedindo-lhe que expressasse publicamente sua opinião sobre o assunto. Ele ficou comovido com o nosso pedido”, disse.
Manzo, que mora em Puerto Velho e trabalha com o povo Caribuna, grupo que enfrenta uma grande e destrutiva invasão de seu território, disse que a insegurança jurídica gerada pela falta de uma decisão final é extremamente prejudicial.
“O governo Lula vem fazendo batidas policiais contra os invasores, mas eles sempre voltam. Acham que podem mudar dependendo da situação. [Supreme Court] Decisão”, disse ela.
Segundo Manso, que também é membro do CIMI, “os indígenas devem se mobilizar e lutar para frear a ação dos grandes latifundiários”.
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Próximo CEO da Vale no Brasil quer ficar próximo do governo
“Será um avanço e vamos exigir isso com muita seriedade”, disse Silveira.
O conselho da Vale espera anunciar um novo CEO até 3 de dezembro, quando a empresa realiza seu dia do investidor.
Em março, a Vale anunciou que Eduardo Bartolomeo manteria o cargo principal enquanto a empresa buscava um sucessor. O drama sobre a escolha do próximo líder da Vale vem fermentando há semanas, à medida que aumenta a pressão sobre o governo brasileiro para intervir no processo de sucessão, chamando a atenção para sua influência no setor de mineração.
O mercado reconheceu a liderança de Bartolomeo em segurança, incluindo um plano para remover dezenas de barragens de rejeitos de alto risco. No entanto, os investidores estão preocupados com a eficiência operacional e com a percepção de que a Vale pode navegar melhor nas relações com os estados e o governo central.
Silveira criticou o atraso no plano de sucessão da Vale, dizendo que quanto mais cedo ocorrer uma mudança na gestão, melhor a mineradora poderá resolver “questões pendentes com o Brasil”. Na entrevista, ele também indicou que o governo brasileiro rejeitaria uma nova proposta da Vale, do Grupo BHP e de sua joint venture Samarco para um acordo final sobre o rompimento fatal da barragem em 2015. Ministério Público do Brasil confirmou Relatório.
O chefe de energia do Brasil está em Roma, onde manteve uma reunião privada com o Papa Francisco na sexta-feira para discutir “uma transição energética justa e inclusiva para ajudar a combater a desigualdade”. O Brasil assumirá a presidência do Grupo dos 20 em 2024 e sediará a cúpula do clima COP30 em 2025.
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Inundações no Brasil: 29 mortos e milhares de deslocados | Noticias do mundo
Enquanto o estado de desastre foi declarado no Rio Grande do Sul, onde mais de 10.000 pessoas foram deslocadas, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, viajou ao estado na quinta-feira para se reunir com autoridades locais e expressar sua solidariedade.
Por Claire Kilbody Dickerson, correspondente de notícias
Sexta-feira, 3 de maio de 2024, 08:48, Reino Unido
Pelo menos 29 pessoas morreram em enchentes no estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, descritas pelas autoridades locais como “a enchente mais significativa registrada na história”.
As tempestades, as mais devastadoras do estado nos últimos anos, deixaram 60 desaparecidos e deslocaram 10.242 pessoas em 154 cidades, segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul.
“Este não é mais um caso importante; é o caso mais importante registrado na história do estado”, disse o governador do estado, Eduardo Light, em transmissão ao vivo nas redes sociais, acrescentando que a situação no estado é pior do que as chuvas do ano passado. .
Mais de 300 mil pessoas estão sem energia depois que uma barragem rompeu em uma pequena usina hidrelétrica na quinta-feira, informou a principal concessionária do estado.
do Brasil Presidente Luís Inácio Lula da Silva Ele visitou o estado na quinta-feira para se encontrar com autoridades locais e expressar sua solidariedade.
“Tudo o que estiver ao nosso alcance será feito pelo nosso governo para atender às necessidades das pessoas afetadas por estas chuvas”, escreveu ele no X.
Os operadores relataram cortes de energia e água em todo o estado, e as autoridades descreveram incidentes de estradas inundadas, deslizamentos de terra e pontes desabadas à medida que os níveis de água nos rios e riachos subiam acentuadamente.
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De acordo com o Instituto Meteorológico Nacional do Brasil, conhecido pela sigla INMET, na terça-feira, a chuva atingiu quinze centímetros em algumas partes da região em 24 horas.
O governador Leet disse na quarta-feira que a enchente “vai ser muito forte Clima Catástrofe” como o Estado nunca viu.
A América do Sul é periodicamente afetada por um fenómeno climático conhecido como El Niño, mas os impactos deste ano foram particularmente dramáticos com a seca histórica na Amazónia.
Os cientistas dizem que as condições meteorológicas extremas estão a tornar-se mais frequentes devido às alterações climáticas causadas pelo homem.
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